sábado, 30 de maio de 2009

Naturalismo


O Naturalismo surgiu na França na segunda metade do século XIX , mas precisamente em 1870, com a publicação da obra “Germinal” de Émile Zola. (O livro fala das péssimas condições de vida dos trabalhadores das minas de carvão na França do século XIX”.)

Mudanças que ocorreram na Europa na segunda metade século XIX:

- 2ª fase da Revolução Industrial - novas tecnologias;
- Desenvolvimento do pensamento Científico ;
- Divulgação das doutrinas Filosóficas;
- Darwin lança sua teoria do Evolucionismo.

“Esses acontecimentos trouxeram um novo pensamento, em oposição aos ideais Românticos”.


Características do Naturalismo:


- Analisa o comportamento humano e social apontando saídas e soluções;
- Mostra o homem como produto de forças “naturais”;
- Desenvolve temas voltados para a análise do comportamento patológico do homem, suas taras sexuais e seu lado animalesco.


Traçando um paralelo entre Realismo e Naturalismo:

- O Realismo é voltado para analise psicológica e critica da sociedade a partir de determinados personagens. É documental e mostra preocupação com e indivíduo;

- O Naturalismo é voltado para análise social a partir de grupos humanos marginalizados, mas valorizando o coletivo, enfatiza a natureza animal do homem.

Os dois atacam a monarquia, o clero, a sociedade, a burguesia, aliás é possível que um
mesmo autor, use os dois enfoques como O Ateneu - Raul Pompéia

O Naturalismo é considerado uma radicalização do Realismo.


Naturalismo no Brasil:

Considera-se 1881 como o ano inaugural do Naturalismo no Brasil com a publicação da 1ª obra fundamental: O Mulato > Aloísio Azevedo

“O livro causou impacto na sociedade, principalmente entre o clero e a alta
sociedade de São Luís do Maranhão. O Mulato aborda temas como o
puritanismo sexual, o anticlericalismo e o racismo.”


O Romance Naturalista foi cultivado no Brasil por Aluísio Azevedo e Júlio Ribeiro. A narrativa Naturalista é marcada pela análise social a partir de grupos humanos marginalizados em que se valoriza o coletivo. Os temas Naturalistas mostram essa mesma preocupação, O Mulato, O Cortiço, Casa da Pensão...
Outra grande influencia do Naturalismo no Brasil são as teorias de Darwin que enfatiza a natureza animal do homem; isto é a razão vem depois dos instintos como o sexo. A constante repressão das classes dominantes leva a taras pornográficas, ousadias, descrições minuciosas de atos sexuais. Fala também de temas proibidos como homossexualismo, masculino em O Ateneu, e feminino em O Cortiço.

Principais Autores:


- Inglês de Souza

Em 1891, Inglês de Souza publicou “O Missionário”, obra que aborda a influência do meio sobre o individuo.


- Adolfo Caminha

Publicou a obra “A Normalista”, em 1892 que falam sobre desvios sexuais e mais especificamente, o homossexualismo, E “O bom Crioulo”, em 1895.


Aluísio Azevedo:

Com a publicação de “O Mulato” (1881), Aluísio Azevedo inaugura o Naturalismo no Brasil. Em 1890, o Naturalismo atinge o seu ápice com a publicação de “O Cortiço” (obra repleta de personagens marginalizados) que o consagrou como o principal escritor Naturalista brasileiro.

“'Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo nasceu em 14 de Abril de 1857, em São Luís do Maranhão. Teve influencias do materialismo positivista, e passou a escrever artigos políticos, atacando os conservadores, o clero e a tradicional sociedade maranhense. Sua obra é vista como irregular por diversos críticos, uma vez que oscilava entre o Romantismo açucarado, com cunho comercial e direcionado ao grande público, e outras mais elaboradas, pois deixava a sua marca de grande escritor naturalista.”



O Cortiço:

Principal obra do Naturalismo no Brasil, onde os personagens principais são os moradores de um cortiço no Rio de Janeiro, precursor das favelas, onde moram os excluídos, os humildes, todos aqueles que não se misturavam com a burguesia, e todos eles possuindo os seus problemas e vícios, decorrentes do meio em que vivem. O autor descreve a sociedade brasileira da época, formada pelos portugueses, os burgueses, os negros e os mulatos, pessoas querendo mais e mais dinheiro e poder, pensando em si só, ao mesmo tempo em que presenciam a miséria, ou mesmo a simplicidade de outros. O cortiço também é ostensivamente personificado no decorrer da obra, sendo muitas vezes tratado como um único personagem ("Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas.", capítulo III).

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